sexta-feira, 23 de março de 2012

Lixo Extraordinario

LIXO EXTRAORDINÁRIO
O artista brasileiro Vick Muniz,, teve a ideia de fotografar catadores e os materiais recicláveis do maior aterro sanitário da América Latina, localizado em Gramacho (RJ), e vender as imagens para utilizar a verba em ações para melhorar as condições de trabalho dos catadores. Uma das fotos, inclusive, foi leiloada em um evento beneficiente em Londres.
Enquanto conhece a vida das pessoas que trabalham no aterro e desenvolve um primeiro ensaio fotográfico, Muniz se aproxima da realidade desses trabalhadores e descobre a desesperança que vive em cada um. Após as primeiras imagens fotografadas, chega a vez de montar uma peça gráfica com chão, com ampliações das fotos.
Cada modelo/catador passa a fazer parte da realização da obra final, junto com Muniz, enquanto monta as próprias peças recolhidas no aterro, como um quebra cabeça da fotografia. Esse trabalho em conjunto é uma mostra de que qualquer pessoa consegue produzir algo grandioso, basta que tenha incentivo.
Essa história foi filmada como um documentário que participou de algumas mostras internacionais. Vick Muniz também é reconhecido nacionalmente por outros trabalhos divulgados na televisão, como a abertura da novela Passione.
A direção de Lixo Extraordinário (Waste Land) é composta por Lucy Walker, João Jardim e Karen Harley, com produção de Hank Levine e produção executiva de Fernando Meirelles e Andrea Barata Ribeiro. O filme ainda não foi exibido nos cinemas.
Uma das peças criadas durante as filmagens foi uma fotografia de Sebastião Santos (mais conhecido como Tião), presidentes dos catadores do aterro de Gramacho, que chegou a ser entrevistado para falar sobre seu trabalho em um programa de televisão de repercussão nacional.
As obras de Vik Muniz que percorreram o mundo e fizeram um grande sucesso estão lá, em um lugar que permite ao espectador olhar toda a mecânica da criação, concepção e conceito, mas tudo isso é apenas para permitir que o espectador veja não aquelas obras prontas, mas sim aquelas pessoas dando de cara com a beleza tirada daquele lixo, da possibilidade de se verem transformados em arte, em uma beleza que parece lhes convidar a olhar para o futuro com um pouco mais de esperança.

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